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Anualmente, são despejados 4 milhões de litros de óleo nas águas marinhas e dos rios, segundo o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc. O resultado disso é que somente um litro é capaz de contaminar aproximadamente 1 milhão de litros de água. Contraditoriamente, muitas casas, condomínios e empresas não contam com um serviço de recolhimento de óleo utilizado para reaproveitamento.

Segundo o professor do Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Alexandre D'Avignon, a decomposição do óleo de cozinha emite metano na atmosfera. O metano é um dos principais gases que causam o efeito estufa, o que contribui para o aquecimento global. O óleo de cozinha que muitas vezes vai para o ralo chega ao oceano pelas redes de esgoto, passa por reações químicas e gera o metano. “Você tem a decomposição e a geração de metano, através de uma ação anaeróbica (sem ar) de bactérias”.

No Brasil, programas de descarte ainda são muito isolados, tocados por instituições que decidem agir de forma sustentável. Situação estranha, para um país que é campeão na reciclagem de latinhas de alumínio, com taxa de 96%. O professor acredita que uma boa forma de combater o descarte inadequado é conferir valor de compra do óleo recolhido por catadores, com a finalidade de produzir biodiesel.

No Rio, já há um projeto que trabalha em larga escala. O Programa de Reaproveitamento de Óleos Vegetais do Rio de Janeiro (Prove), iniciativa da Secretaria de Meio Ambiente em parceria com a Usina de Manguinhos, já existe e precisa se expandir. Também participam do Prove a Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares, a Federação das Cooperativas de Catadores de Materiais Recicláveis (Febracom), o Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) e a Ricamare (Rede Independente de Catadores de Materiais Recicláveis do Estado Rio de Janeiro).

O objetivo é aumentar o reaproveitamento do óleo vegetal residual na produção de biodiesel, evitando, assim, o desperdício. O óleo de cozinha, jogado diretamente na rede de esgoto, é altamente nocivo. Polui rios, baías e oceano — o que prejudica o equilíbrio dos ecossistemas — e ainda bloqueia as tubulações e aumenta o custo da manutenção.

Diretor da Cooperativa, Gilmar Henrique Alves de Oliveira explica que, para fazer a doação, interessados podem procurar as cooperativas (telefones 2598-9242 e 3905-6625). “Instalamos galões nos condomínios e prédios e recolhemos semanalmente ou de 15 em 15 dias, de acordo com o volume”, informa o cooperado.

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